A forma como o conhecimento é processado pelo cérebro muda de acordo com os métodos utilizados. Uma boa metodologia de ensino mantém o interesse do aluno nos conteúdos transmitidos em sala de aula e propõe artifícios que, ao serem usados, edificam o aprendizado e preconizam melhores resultados.

Segundo a pirâmide do aprendizado de Willian Glasser, aprendemos com efetividade entre 70% a 95% quando o processo envolve questionamento, prática, demonstração ou tutoria, enquanto que quando lemos, escutamos ou apenas observamos aprendemos no máximo com eficiência de 50%.

Para promover a efetividade do aprendizado foram desenvolvidas inúmeras metodologias de ensino, que variam da total liberdade do aluno ao modelo mais conhecido, com provas e metas a serem atingidas. Conheça algumas delas a seguir.

1. Método tradicional

Como o próprio nome diz, essa é a abordagem mais comum nas escolas brasileiras e tem como principal objetivo criar uma base de informações para que os alunos absorva esse conhecimento passivamente.

Por conta da necessidade de memorização em detrimento da verdadeira aprendizagem, esse método praticado desde o século XVIII passou a ser considerado ultrapassado a partir dos anos 1960, quando entendeu-se que não agrega conhecimento em longo prazo. apesar disso, ainda é amplamente usado nas instituições de ensino:

  • hierarquia bem definida: o professor transmite conhecimento enquanto o aluno se encarrega de absorver o máximo do conteúdo transmitido;
  • gera uma dependência do professor, que está no centro do processo educativo;
  • com metas claras e prazos a cumprir, o estudante recebe tarefas diárias para fortalecer seu processo de absorção do conhecimento;
  • o progresso de aprendizagem é mensurado a partir de avaliações periódicas;
  • são atribuídas notas de desempenho adotadas previamente pela instituição;
  • aqueles que não atingem os parâmetros mínimos preestabelecidos são reprovados.

2. Método Montessori

Essa metodologia foi idealizada por Maria Montessori em 1907 e segue uma linha em que o aluno tem capacidade de aprender sozinho a partir de estímulos. Como o grau de liberdade é muito grande, é prioritariamente utilizada na educação de crianças e adolescentes até o início do ensino fundamental.

Tem como pilar a autoeducação em um ambiente devidamente preparado para o ensino e a prática científica. Apesar disso, não dispensa módulos obrigatórios, mas com formas de aprendizagem mais dinâmicas:

  • alto grau de autonomia para estímulo da livre iniciativa e independência;
  • o papel do professor é apenas o de guia do processo;
  • mesas e cadeiras ficam dispostas em formatos pouco tradicionais e podem ser inclusive dispensadas;
  • trabalhos em grupo são utilizados com maior frequência;
  • objetos são espalhados pelo espaço para despertar o interesse do aluno;
  • livre arbítrio para a escolha das atividades;
  • interferência mínima do professor;
  • equilíbrio entre liberdade e disciplina.

3. Método Freiriano

Inspirado no trabalho de Paulo Freire, que usou a metodologia nos anos 1960 para alfabetização rápida de estudantes. Por isso, é amplamente usada no processo de aprendizagem de jovens e adultos.

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Entende que o aluno se liberta apenas por meio do seu próprio conhecimento de mundo, por isso considera aspectos do meio em que ele vive, suas características socioculturais e a forma como ele compreende os fatos:

  • usa experiências de vida dos alunos para escolher critérios que embasarão o processo de transmissão do conhecimento;
  • prioriza elementos mais familiares ao cotidiano do estudante;
  • a ampliação do vocabulário acontece de forma gradativa, a partir desse ponto de familiaridade.

4. Método construtivista

Baseado no trabalho de Jean Piaget, que nos anos 1920 aplicou o conceito para disseminar a importância do debate e da formulação de hipóteses na formação do ser e do saber. Por isso, usa artifícios para que próprio aluno questione até que sua resposta se transforme em conhecimento:

  • o estudante tem um papel ativo na construção do próprio conhecimento;
  • o papel do professor é mediar esse processo;
  • a resolução de problemas é obtida a partir de questionamentos;
  • uso de vivências pessoais e conhecimentos prévios do aluno;
  • não propõe provas, mas também não as inibe;
  • o aprendizado é dinâmico e construído aos poucos.

5. Método sócio-interacionista

Proposta por Lev Vygotsky, essa metodologia entende que o ambiente muda o homem assim como o homem modifica o ambiente. Usa de forma cultural e histórica a linguagem, o raciocínio lógico e, principalmente, as características do meio em que o aluno está inserido, para criar uma rede de conhecimento sólida:

  • somente a partir da troca de experiências e interações sociais o saber é edificado;
  • incentiva trabalhos em grupo e a participação mais ativa do aluno;
  • valoriza a bagagem histórica do estudante;
  • objetiva o aguçamento da curiosidade;
  • concede autonomia em sala de aula;
  • o professor assume o papel de mediador;
  • estimula avanços gradativos.

6. Método logosófico

O método foi desenvolvido por Carlos Bernardo González Pecotche, conhecido pelo pseudônimo Raumsol. Baseia-se na evolução consciente de todos os envolvidos, desde aqueles que frequentam o ambiente escolar até as pessoas que convivem com o aluno fora dele:

  • busca o autoconhecimento;
  • incentiva o autoaperfeiçoamento;
  • é acompanhado de forma minuciosa pelo professor e por isso a quantidade de alunos por sala é limitada;
  • é complementado pela aprendizagem doméstica;
  • promove o desenvolvimento físico, mental, moral e emocional dos estudantes.

7. Método Waldorf

Baseada na filosofia de Rudolf Steiner, essa metodologia preconiza o aprimoramento espiritual e físico do aluno e por isso tem como sabe atividades que estimulam o pensar e o sentir. O objetivo é preparar o estudante a vida, a fim de que ele seja capaz de tomar decisões, ter iniciativa, capacidade crítica mas, acima de tudo, equilíbrio emocional:

  • o processo é dividido em ciclos de aprendizagem conforme a idade do aluno;
  • baseia-se na individualidade do estudante;
  • incentiva a criatividade e a imaginação;
  • conduz um pensamento livre: um mesmo assunto pode originar várias abordagens;
  • não são aplicadas provas;
  • resultados abaixo da média não geram reprovações;
  • equilibra atividades intelectuais, práticas e o descanso.

8. Método Freinet

Criado por Célestin Freinet, essa abordagem propõe que o ambiente escolar tenha conexão com a vida dos estudantes. Por isso, prepara o aluno para a vida real, a partir de experimentações:

  • materiais didáticos têm um papel secundário;
  • aulas práticas são incentivadas;
  • prioriza o trabalho em grupo;
  • permite a troca de informações entre os estudantes;
  • promove aulas-passeios;
  • cria um vínculo social com toda a comunidade;
  • o ambiente político, social e questões atuais embasam as atividades;
  • motiva a participação ativa, a inclusão e a colaboração.

9. Método da sala de aula invertida

Essa é uma proposta muito recente, promovida a partir da disseminação do uso da Internet e o surgimento de novas ferramentas e tecnologias que apoiam o processo de transmissão do conhecimento. Por isso, é uma metodologia que altera a lógica tradicional da sala de aula:

  • o aprendizado começa em casa, e não na escola;
  • o aluno utiliza de todas as ferramentas que tem para levar conhecimento para a sala a partir de temas propostos;
  • amplo debate de resultados;
  •  permite a otimização do tempo da aula;
  • prioriza a flexibilidade e a autonomia do aluno.

Escolher a metodologia de ensino adequada para o contexto e as características dos alunos que compõem a sala de aula é essencial para que o processo de conhecimento seja intuitivo e prazeroso. Assim, os resultados acontecem com rapidez e o estudante se torna capaz de entender o mundo e apto a conviver em sociedade.

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