Em um momento em que neurociência e educação começaram a receber atenção especial, novas possibilidades de ensino e aprendizagem surgiram. A neurociência é uma área científica relacionada ao conhecimento e à pesquisa de todo o sistema nervoso. Para isso, ela trabalha a interface entre a psicologia, a pedagogia, a anatomia, a fonoaudiologia, a genética e outras.

Assim, contribui para esclarecer o que acontece no cérebro humano, desde a sua formação até o envelhecimento. Por isso, ajuda os educadores a entender o que ocorre na mente humana quando ela entra em contato com novas informações, como as novidades são processadas e de que forma o aprendizado pode se tornar um conhecimento para a vida toda.

Por meio de estratégias educacionais inovadoras, é possível provocar mudanças metodológicas e práticas no ensino, promovendo uma nova forma de pensar sobre o cenário da educação. Com isso em mente, preparamos este post para abordar como neurociência e educação podem tornar o ensino e as práticas pedagógicas mais interessantes. Confira!

Estimular os sentidos

Os recursos que estimulam diferentes sentidos são capazes de ativar múltiplas redes neurais. Aprender sobre o corpo humano em uma exposição interativa, por exemplo, tem efeito muito diferente do que apenas ler a matéria.

Em sala de aula, o professor pode estimular os sentidos retomando o conteúdo. Para isso, uma atitude simples é parar de perguntar se os alunos têm dúvidas — afinal, a resposta é, muitas vezes, apenas um não — e começar a pedir para que eles expliquem para os colegas o que entenderam da aula. Outra opção é solicitar que eles escrevam um texto ou desenhem um esquema com as principais informações apresentadas.

Essas estratégias dão aos estudantes a oportunidade de usarem a memória operacional, que está processando a aula, para fazer comparações e associações com outros conhecimentos já registrados. Assim, os alunos podem perceber lacunas no entendimento sobre o que foi abordado.

Estimular a audição, a fala e a visão faz com que o cérebro reorganize as redes neurais para que as sinapses sejam feitas e desfeitas, modificando a relação entre os neurônios e permitindo a aquisição de novos conhecimentos, novas habilidades e ideias.

Despertar a curiosidade

O cérebro é capaz de selecionar, por meio da atenção, as informações mais relevantes para o bem-estar e para a sobrevivência do ser. Do mesmo modo, ele é capaz de ignorar o que não tem relação com seus desejos e necessidades.

Raramente um aluno se interessará por informações que não têm relação com as suas vivências, com o seu cotidiano ou que não compreende. Por isso, a abordagem dos conteúdos deve ser feita por meio de assuntos e exemplos que estejam relacionados com o dia a dia do estudante. Os conteúdos que forem novidades devem despertar a sua vontade de aprender e conhecer o novo, motivando o discente.

Uma maneira de despertar curiosidade é abordando os temas na forma de problemas ou fazendo uso da tecnologia em sala de aula. Diversas mídias podem ser usadas para propor desafios interessantes e que favoreçam o engajamento dos estudantes, prevenindo distrações.

Criar emoções

As emoções são importantes para a aprendizagem, pois influenciam funções significativas do cérebro, como a atenção e a memória. Para isso, é importante despertar nos alunos o prazer de aprender, seja com estratégias, conteúdos ou contextos que provoquem emoções e favoreçam o estudo.

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No cérebro, as situações que favorecem o aprendizado são aquelas motivadoras, prazerosas, que geram curiosidade e expectativa, significando desafios seguidos por sensações de bem-estar pela solução das questões. Ao ativar circuitos neurais de recompensa e prazer, o aluno perde o medo de errar.

Por isso, é fundamental que o estudante perceba que o conhecimento traz bons resultados, facilita seu dia a dia, transforma a sua vida e a torna melhor. Isso cria uma motivação para experimentar mais e querer conhecer novos assuntos. Dessa forma, o professor deve gerar um ambiente de empatia, segurança, conforto e apoio dentro da sala de aula.

Desenvolver a motivação

Uma forma de manter os alunos estimulados e interessados nas aulas é por meio de desafios e, até mesmo, situações que geram estresse transitório e transponível. Assim, eles sentem que superaram um problema e que são capazes de aprender cada vez mais.

Existem funções cognitivas no cérebro que estão envolvidas na organização e no planejamento de sequências de atividades, no estabelecimento de metas e objetivos, no gerenciamento do tempo, nas habilidades sociais, na regulação emocional, entre outras aplicações. Desenvolver as chamadas funções executivas é fundamental para uma pessoa conseguir resolver problemas e analisar o próprio comportamento.

Discussões em grupo são ótimas atividades para desenvolver as funções executivas, pois elas requerem iniciativa dos estudantes e dão a eles oportunidades de escolha. Além disso, necessitam de criatividade para sustentar argumentos e regulação emocional para manter a interação social produtiva.

Por isso, é importante que o educador motive o aluno e reconheça o seu empenho durante o andamento das atividades. É possível aproveitar o momento para mostrar que os erros são necessários para a análise de outras maneiras de resolver os problemas e chegar ao sucesso.

Repensar avaliações

Avaliações e notas precisam funcionar como indicadores de que as técnicas de estudo e de ensino estão sendo eficientes. Caso contrário, é preciso pensar novas estratégias. O estudante deve entender seus erros e saber em que precisa melhorar para que consiga se desenvolver.

Uma forma de facilitar a formação de memória e, ao mesmo tempo, avaliar o aprendizado do jovem é apresentando o conteúdo — seja com textos, imagens ou vídeos — e submetendo o aluno a um teste de recordação. Dessa forma, ele pode relembrar tudo o que foi trabalhado.

Depois, o professor pode fornecer um feedback apontando os acertos e os motivos dos erros. Afinal, os alunos precisam entender quais são as suas falhas para refletir sobre o que podem fazer para melhorar. Como nem sempre eles sabem como estudar, o professor deve apresentar sugestões para que o aprendizado seja mais efetivo.

Para que as crianças e adolescentes possam aprender mais e melhor, sem grandes desgastes físicos e mentais, é primordial utilizar técnicas que facilitem a aprendizagem. Nesse sentido, neurociência e educação trabalham juntas para otimizar a experiência do jovem a fim de ajudá-lo no processo de desenvolver o conhecimento, permitindo que a instituição ofereça um ensino diferenciado.

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